João Pedro Bonini busca ‘objetivo de vida’ no US Open juvenil

De Assunção – A vida de um campeão dos Jogos Pan-Americanos Júnior não permite muito tempo livre. Depois de uma semana com cinco jogos duríssimos, João Pedro Bonini já voltou ao Brasil neste domingo. Além do ouro e do mascote na mala, o foco em mais um sonho a ser realizado: o US Open juvenil, que começa no dia 31 de agosto, em Nova Iorque. Nesta semana, duas coisas mudaram após seu ouro em Assunção-2025: não só o título o apresentou a um público mais amplo no Brasil, mas ele também completou 18 anos durante o torneio.

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Seu aniversário foi no dia 14 de agosto, mas a maior celebração foi avançar no torneio, após 2h41min diante do paraguaio Alex Santino Nuñez. “O dia em que eu fiz 18 anos, fiz um jogo bem duro. É um mix de sentimentos. Apesar de ser um dia feliz, na quadra eu passei por uns sufocos. Na hora do jogo você acaba nem lembrando, é tanta emoção, tanta pressão, tanto foco que você tem que ter, que acaba focando só ali no jogo”, revelou o tenista ao Olimpíada Todo Dia. Ele ainda foi surpreendido pela imprensa após o jogo ao lembrar que já tem uma vaga nos Jogos Pan-Americanos Lima-2027.

João Pedro Bonini sai de Assunção com gostinho de quero mais

Voltar a representar o Time Brasil é algo que o motiva bastante. “Já joguei outras vezes pelo Brasil, pela Sul-Americana, mas não tem nem comparação com aqui. Ter o dia-a-dia com todos os esportes, com as equipes… o COB fez um trabalho impressionante. Foi a primeira vez que eu estive com o COB. É tão legal que dá uma sensação de querer estar sempre, em toda competição”, comentou João Pedro.

“Eu fiz muita amizade com o pessoal do squash, mas acho que já acabaram as competições deles. Gosto muito do skate, mas também acabou. Eu amo esporte, o que estiver tendo, se eu tiver a oportunidade de assistir, vou querer”, comentou João Pedro com um sorriso no rosto.

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Este é o último ano juvenil para João Pedro, atual 29º do ranking juvenil da ITF. Neste ano, ele teve como principal resultado o vice-campeonato do Banana Bowl, disputado em Gaspar-SC. Também disputou as chaves principais de Roland Garros e Wimbledon, caindo na estreia em ambos os Grand Slams. Em Wimbledon, ainda se recuperava de uma lesão no dorso do punho contraída no Banana Bowl, além de outra no abdômen no ITF J300 de Bamberg, na Alemanha. Agora, recuperado fisicamente, ele espera fazer bonito no US Open, que será seu último Grand Slam juvenil, em Nova Iorque. “É meu objetivo de vida jogar, vai ser um torneio incrível. Vou voltar agora para o Rio de Janeiro, onde treino, e me preparar uma, duas semanas, sabendo que não tem muito tempo”, revelou o atleta paranaense.

Trabalho de fisioterapia foi chave para título

Depois de uma estreia relativamente tranquila contra o mexicano Luis Andres Flores, ele teve que virar o jogo contra o colombiano Juan Miguel Bolivar nas oitavas. Após comemorar seu aniversário passando em três apertados sets diante do paraguaio Alex Santino Nuñez, vencer Yannik Andre Alvarez, de Porto Rico, em um complicado tie-break do segundo set. Finalmente, reencontrou o argentino Dante Pagani na final, um confronto entre os dois favoritos do torneio. Foram 9h55min em quadra durante seis dias de torneio, coroado com uma revanche contra Pagani, que havia se saído melhor na final do J300 de Medellin, em março deste ano. 

Ao ser perguntado sobre o segredo para vencer jogos tão duros, Bonini fez questão de valorizar o trabalho do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em Assunção. “A cada duelo, a cada dia, eu ia lá na fisioterapia do Time Brasil, e fazia um bom tratamento. Quero agradecer a todo pessoal incrível que trabalha, que esteve comigo nesse dia a dia. Acho que isso foi essencial pra mim, foi diferente de outros torneios que eu não tinha essa oportunidade. Com a quantidade de jogos, vai acumulando cada vez mais cansaço, cada vez mais fadiga. Mas aqui não, eu consegui ir lá, me recuperar bem e chegar no outro dia quase zero, foi incrível”, concluiu. 

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