Bruno Soares exalta João Fonseca: ‘nem o céu é o limite para ele’

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Bruno Soares exalta João Fonseca: ‘nem o céu é o limite para ele’

A temporada 2025 trouxe ao mundo do tênis uma realidade inquestionável: o fenômeno João Fonseca. Com apenas 19 anos, o brasileiro é o principal nome na modalidade desde Gustavo Kuerten, entre os homens. Além disso, tornou-se um dos mais admirados no circuito mundial. Ao terminar o ano como um dos 25 melhores jogadores do mundo e com um título de ATP 500 no currículo, na Basileia (Suíça), em outubro, Fonseca mostrou que veio para fazer história.

O neologismo “Fonsequizado”, criado nas redes sociais para mostrar o tamanho do carisma do jovem tenista brasileiro, também conquistou a velha guarda do tênis. Bruno Soares, um dos maiores duplistas da história e ganhador de três Grand Slams (dois US Open e um Aberto da Austrália) em duplas, não tem dúvida ao projetar o futuro do brasileiro. “Acho que nem o céu é o limite para ele”, crava Soares. Segundo ele, em três anos não é impossível prever que João Fonseca esteja entre os cinco melhores do mundo.

Convidado para a disputa do Legends Tennis Cup, torneio-exibição que vai até o domingo (16) em São Paulo, Bruno Soares conversou com o blog Laguna Olímpico. Ele analisou a incrível evolução de Fonseca na temporada e analisa a atual geração, onde Carlos Alcaraz e Jannik Sinner já mostraram que vão dominar a modalidade por muito tempo. Confira a entrevista abaixo.


Evolução e sucesso

Após muito tempo, o tênis masculino brasileiro volta a contar com um jogador entre os melhores do mundo, o João Fonseca, que tem apenas 19 anos. Qual é a sua avaliação do desempenho dele em 2025?

Bruno Soares – Ele foi fantástico. João vem num processo evolutivo muito grande. A gente sempre tem que lembrar que ele ainda é um garoto de 19 anos. Começou o ano fora do top 100, terminou o ano como top 25, ganhando um ATP 500 no final do penúltimo evento que ele jogou. Acho que ele está fazendo tudo que tem que ser feito. Os resultados nessa idade, não sejam secundários, tem um peso importante, mas o processo de evolução também é muito importante.

E o João está muito bem assessorado. Tem uma família super incentivadora apoiando. Além disso, possuí uma equipe super capacitada para conduzir esse processo. Tem que dar tempo ao tempo. Ele está amadurecendo, está evoluindo a cada semana que passa, mas o ano de 2005 foi espetacular.

Calendário adequado

Muitas pessoas, especialmente torcedores, criticaram o calendário que o João cumpriu este ano, argumentando que ele participou de poucos torneios. O que você pensa a respeito desta questão? Acha que as críticas foram válidas?

Toda crítica é válida, mas só quem está lá dentro é que sabe. Acho que a gente tem que respeitar o processo dele. Ele é um cara que está entendendo o corpo dele. Jogar bastante torneio, não necessariamente, é uma coisa boa. Às vezes você está queimando etapas, está cansando à toa. Consequentemente, não está conseguindo dar ênfase no treinamento. O João é um cara extremamente esforçado, dedicado e profissional.

Tem que ter um olhar muito grande à evolução, não só tenística, mas como do físico. Ele sabe que ele ainda está terminando o processo de formação. Então, é importante estar bem fisicamente. É preciso ter muito mais paciência por parte dos torcedores, que querem vê-lo em ação. Acho que a equipe do João tem a consciência do que precisa ser feito e a gente tem que estar no nosso papel de estar ali torcendo e apoiando.

Atitude ganhadora em quadra

Quais os pontos fortes do jogo do João Fonseca? E quais outros que mereceriam um ponto de atenção maior por parte dele?

Como ponto forte, uma atitude ganhadora muito grande, uma personalidade muito forte dentro de quadra. Você vê que ele adora jogar os jogos difíceis, os jogos grandes, os momentos de pressão. Tem um saque de direita absurdo. A direita dele já é uma das melhores do mundo. O João tem ainda um tempo de bola fantástico. A melhorar eu vejo que é a defesa. Isso aí vai evoluir muito com a parte física dele.

O João ainda está amadurecendo, está terminando de ganhar músculo, ganhar massa. Com o treinamento vai continuar ganhando massa. Isso ajudará a ficar mais explosivo e defender melhor, e eu sei que ele está treinando bastante isso. Toda pessoa que está acostumada a jogar muito no ataque geralmente sente um pouco quando precisa defender. E ele, óbvio, chegando nesse nível de top 30, começa a enxergar certos ajustes que ele precisa fazer.

Big Four do tênis mundial: Djokovic, Federer, Nadal e Murray
Os quatro integrantes do chamado “Big Four” do tênis: Novak Djokovic, Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray (Divulgação/ATP Tour)

Projeção de sucesso

Embora seja cedo para avaliar, é possível fazer uma previsão de até onde ele pode chegar na carreira? Ou então uma previsão de curto prazo, pensando na próxima temporada?

Acho que nem o céu é o limite. Eu acredito que ele pode chegar muito longe, está trilhando um caminho que os grandes do tênis mundial trilharam. Os caras do Big 4 [Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray] passaram por algo muito parecido que ele. O João tem nível para ganhar Grand Slam, para brigar pelos lugares mais altos do mundo.

Agora é dar tempo ao tempo e ver o que ele vai conseguir nesse processo de evolução. Mas sem dúvida nenhuma, potencial, cabeça, esforço, maturidade, dedicação, tudo isso ele tem para estar ali em cima entre os melhores do mundo.

Protagonistas

Sobre esta nova geração, qual é a sua projeção para o tênis mundial nos próximos anos? Vem aí um novo “Big Four”? Além de Alcaraz e Sinner, quais grandes noves que irão protagonizar a modalidade nos próximos anos, na sua opinião? O João se encaixará nesta turma?

Eu vejo um “Top 5”. Daqui a três anos, prevejo Carlos Alcaraz, Jannik Sinner, João Fonseca, Jack Draper e Jakub Mensik dominando o tênis. Acredito que eles serão os próximos a se destacarem. Considero que o Sinner e o Carlos Alcaraz estão em um nível acima dos demais. Acredito que João Fonseca tem potencial para alcançar esse nível. Os outros jogadores poderão conquistar alguma coisa, quando Sinner ou Alcaraz não ganharem. Portanto, minha aposta para os próximos dois ou três anos é nesse Top 5.

Novos recordes

Você os considera no mesmo nível do “Big Four”?

Essa é uma questão difícil de responder. Sem dúvida, Sinner e Alcaraz tem potencial para alcançar esse nível. No entanto, quando se fala em conquistar 20 títulos de Grand Slam, parece algo surreal. Quando comecei a jogar tênis, o Pete Sampras conquistou seu 14º título, e lembro como se fosse hoje de comentar com outros jogadores no vestiário que seria impossível alguém superar esse recorde. Mas aí chegaram três jogadores e atropelaram essa marca. Portanto, é difícil fazer essa comparação. No entanto, o talento deles é inegável e têm nível para superar isso.

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