Djokovic perde espaço com decisão de não se vacinar contra covid-19, mas pode recuperar terreno

0
31

No início da pandemia da covid-19, em fevereiro de 2020, o sérvio Novak Djokovic desbancou o espanhol Rafael Nadal e assumiu a liderança do ranking da ATP. Passados quase dois anos, contando o congelamento da lista da entidade por conta da paralisação do calendário, o tenista de Belgrado permaneceu no posto mais alto. Veio, então, o Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada 2022, e aí as coisas começaram a se complicar para Djokovic. Por culpa dele mesmo.

Com sua postura negacionista, Djokovic não se vacinou contra a covid-19 e isso provocou um começo de temporada bem tumultuado. O sérvio, que na época não havia revelado se tomou a vacina, viajou à Austrália no início de janeiro e foi barrado no aeroporto de Melbourne. Depois de audiências na Justiça e estadia em um centro de retenção de imigrantes, teve que ir embora para casa, sendo deportado, por não ter comprovado estar protegido contra o coronavírus.

Foto: Brenton Edwards/AFP

Sem poder jogar na Austrália, a imagem de Djokovic perante o mundo ficou arranhada. Também por não ter se vacinado, não pode jogar nos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, torneios em quadras duras dos Estados Unidos que só ficam atrás dos quatro Grand Slams, e por pouco ficou de fora de Roland Garros. Caiu nas quartas de final em Paris e buscou a redenção em Wimbledon. Na grama sagrada de Londres, foi campeão, mas a conta chegou no ranking.

Djokovic já tinha caído do primeiro para o terceiro lugar com a derrota em Roland Garros. Em Wimbledon, por conta de modificações na forma de dar os pontos aos tenistas com a proibição a tenistas da Rússia e Belarus, aliado ao fato de não ter jogado nos três primeiros meses do ano, despencou para o sétimo lugar.

Desde então até o final da temporada, quando conquistou o título do ATP Final em Turim, na Itália, oscilou entre o sexto e oitavo lugares, com direito ao veto de sua participação no US Open, o quarto e último Grand Slam do calendário, em Nova York, nos Estados Unidos, pelo mesmo motivo: não estar vacinado.

Novos desafios

Para 2023, o objetivo de Djokovic é recuperar o terreno perdido. E isso já poderá acontecer na Austrália. Com as restrições mais brandas, o sérvio poderá disputar o Aberto da Austrália , que começará nesta segunda-feira. Iniciou a temporada na quinta colocação no ranking da ATP e até já ganhou um torneio de preparação: o ATP 250 de Adelaide.

“É ótimo estar de volta à Austrália. O que aconteceu há 12 meses não foi fácil para mim, para minha equipe e nem para a minha família. Obviamente foi decepcionante deixar o país assim. Eu realmente esperava obter minha permissão para voltar aqui porque é um país onde tive grande sucesso em minha carreira. Sempre me senti muito bem na Austrália, sempre joguei meu melhor tênis e recebi muito apoio. Estou ansioso por outro grande verão”, afirmou o dono de nove troféus do Aberto da Austrália.

Mas a polêmica da não vacinação promete novos capítulos. Djokovic está fora dos Masters 1000 de Indian Wells e de Miami, marcados para março, pelo segundo ano consecutivo. A decisão se deu depois que o Estados Unidos decidiu prorrogar até o dia 10 de abril a obrigatoriedade da entrada de estrangeiros no país com a vacinação contra a doença em dia.

“Eu entendo e vi as notícias. Não sei se isso já é oficial, mas for o que posso fazer? Nada. Vocês conhecem minha posição. As coisas são assim. Estou esperando, mas se eu não puder ir, eu não vou. E é isso”, afirmou o sérvio.

O post Djokovic perde espaço com decisão de não se vacinar contra covid-19, mas pode recuperar terreno apareceu primeiro em Gazeta Esportiva.