Ninguém melhor do que o médico de Rafael Nadal para falar sobre a lesão e o novo tratamento que o 14 vezes campeão de Roland Garros está a realizar. Ángel Ruiz Cotorro explicou que dentro de poucos dias o maiorquino vai voltar ao court para testar o pé esquerdo, sendo que confessou também que este é um problema raríssimo em atletas.
NOVO TRATAMENTO
Rafa está a seguir o processo depois da aplicação da rádio-frequência no outro dia. Está a evoluir bem, há que ver o que se vai passar nas próximas horas e os efeitos daqui a dois ou três dias. O que fizemos foi desativar de forma parcial os nervos que estão naquela zona do pé. O objetivo é que isto não se prolongue e possa disputar Wimbledon.
TRABALHO NO COURT
Acho que daqui a quatro dias vamos metê-lo no court e ver como reage. Nestes dias o que tem feito é trabalho físico e um pouco de recuperação depois de todo o esforço do torneio. Este trabalho físico é sem carga no pé, claro. Depois podemos começar de forma progressiva a entrar no court e a tocar na bola. A partir daí, se puder treinar bem, então vai treinar. Se ainda houver alguma queixa, vamos pensar se é possível repetir o tratamento.
MILAGRE
Parece-me espetacular o que ele está a fazer. Seria um milagre para qualquer pessoa normal, mas ele é capaz porque realmente é diferente. Já não é só adormecerem-te o pé para que não tenhas dor e possas competir. É aceitar esse facto e alhear-se dessa sensação para ter a oportunidade de jogar vários encontros nessas condições e contra adversários de altíssimo nível. Ainda por cima vindo do problema nas costelas. Estas coisas só o Rafa consegue fazer.
LESÃO CRÓNICA
Esta lesão é muito rara. Muito poucas vezes vi-a em desportistas, mas é uma lesão que encontrámos no casa do Rafa. Vimos em 2005 e tem convivido com esta lesão através de várias etapas e tratamentos, embora saibamos que se vai degenerando pouco a pouco pelo esforço e exigência da competição. Temos procurado recursos novos, mas às vezes complica-se, sobretudo a partir da pandemia. Esta lesão não reage bem ao repouso porque se acomoda e adapta, por isso é que quando voltou lhe custava. Procurámos um tratamento para durar um ano, mas tudo voltou a complicar-se.