Fresco do seu oitavo título Challenger ao lado de Nuno Borges, Francisco Cabral falou com o Bola Amarela a partir de Madrid, onde se encontra a disputar mais um torneio da categoria. O número um nacional de pares (120.º do Mundo) aponta quem mais gosta de ver jogar, mas também olha para aquilo que poderá ser a carreira do seu parceiro mais habitual. Por outro lado, analisa o momento do ténis, totalmente rendido a Carlos Alcaraz.
BOLA AMARELA – O que significa para ti seres o número um nacional de pares?
FRANCISCO CABRAL – É um número bonito ser o melhor naquilo a que me dedico mas, com todo o respeito, esse não era o meu objetivo quando comecei a apostar nos pares. O meu objetivo são voos um bocadinho mais altos. Mas foi um marco importante para a minha família, amigos e para mim, claro.
BA – Já tiveste alguma abordagem de outros tenistas mais acima para fazer dupla ou o Nuno será sempre a primeira escolha?
FC – A minha primeira escolha é sempre o Nuno porque é a pessoa com quem mais gosto de jogar e com quem me sinto mais confortável, mas a prioridade dele neste momento são os singulares, claro. Mas sempre que der é a pessoa que vou procurar porque é com quem jogo melhor.
BA – Há algum jogador de pares que te inspire?
FC – Os pares não têm tanta visibilidade na televisão, até nos highlights da ATP e da Tennis TV. Tenho ideia de como jogam os melhores do Mundo de pares porque tento ver. Mas o que gosto mais de ver jogar é o Jack Sock. Não se dedica a 100 por cento aos pares, mas quando joga ganha. Gosto muito de o ver jogar.
BA – Além do Nuno, com quem gostavas de poder jogar pelo menos uma vez?
FC – Se pudesse escolher era o Federer, que é o meu ídolo. Pelo menos uma vez!
BA – Falando no Nuno, tu que o conheces tão bem, até onde achas que ele pode chegar?
FC – Ele está a subir a uma velocidade rápida. Até a este momento foi sempre a somar, nunca lhe caíram pontos nenhuns. Agora vai passar por uma fase nova, que é defender o que tem, mas acredito muito no potencial do Nuno. Há uma ou outra coisa que ele sabe que tem de melhorar, mas vejo-o a entrar no top 100 já este ano. Não quero parecer maluquinho, como diz o Gastão, mas não vai ser preciso esperar até ao fim do ano se ele se mantiver saudável.
BA – Falando no circuito mais geral, como te parece o momento atual? Djokovic perdeu no regresso, Nadal e Medvedev estão lesionados, Alcaraz a aparecer cada vez mais…
FC – Claramente estamos a começar a viver uma passagem de testemunho dos grandes campeões da última década e meia: Federer, Djokovic, Nadal, o próprio Murray, Wawrinka. Esses estão em fim de carreira e os mais novos estão a começar a vir ao de cima. Sou suspeito a falar dele, mas Alcaraz está no top 3 dos meus jogadores preferidos. Falamos muito sobre isso nos Challengers e já em Roseto degli Abruzzi estávamos a ter uma discussão e fiz uma aposta em como ele ganhava um Grand Slam até ao fim do próximo ano e era número um no ano seguinte. Mas da maneira que isto está, acho que ele pode ganhar já este ano. Com o Djokovic a jogar os torneios todos seria mais difícil, mas com o Nole cada vez menos rodado, coloco Alcaraz claramente no top 5 de candidatos em todos os torneios que disputa.