Tenista Bia Haddad fala sobre pressão durante carreira e exalta treinador

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Na tarde desta quinta-feira, Bia Haddad participou de um evento em São Paulo. Vice-campeã de duplas na Austrália, a tenista falou sobre a pressão que sofre desde o início de sua promissora carreira e não poupou elogios ao seu treinador, Rafael Paciaroni.

“Tenho muita consciência e pé no chão com esses recordes e tabus. Como o Brasil é muito carente de jogadores e ídolos, e o brasileiro é muito resultadista, acho que a gente valoriza muito o resultado. Essa pressão que sempre carreguei é porque realmente muita gente deposita expectativa em mim desde cedo. ‘A Bia é a esperança do tênis feminino, é a única brasileira que pode entrar no top-100’. E, na verdade, isso são fantasmas, a opinião das pessoas”, disse.

“Eu acho que o que mudou, na verdade, é eu parar de me importar com isso e, cada vez mais, expor quando eu estiver nervosa, sentindo a pressão. Aí entra um pouco do que o Rafa vem trabalhando comigo: ser sincera com você, falar a verdade. A partir do momento em que aceito e assumo as minhas dificuldades e fraquezas, isso me faz muito mais forte”, completou a atleta, que conquistou o seu primeiro WTA aos 19 anos.

Campeã do WTA 500 em Sydney ao lado da cazaque Anna Danilina, Bia também elogiou Rafael Paciaronio, seu treinador, que a conhece há mais de dez anos. A tenista destacou a importância recente dele em sua carreira e citou os seus “dois lados”: humano e profissional.

“Cruzei com ele em Portugal, no ano passado. Eu ia ter mais uma semana de treino e um torneio. Estava na estrada, me deu um insight e falei: ‘Cara, estou tendo uma gira boa, mas tenho que começar a melhorar’. Não sabia muito bem com quem ia treinar. Dei uma ligada, perguntei e ele falou que podia ir. Gostei muito”, explicou.

Bia ressaltou o “lado humano” de Paciaroni: “Ninguém conhecia ele, porque não tem Instagram, não quer aparecer. Desde o começo me deixou isso claro: a equipe está para ajudar o jogador. Muitos brasileiros com quem passei queriam ser protagonistas, e isso às vezes atrapalha o jogador. O Rafa sempre me deixou à vontade, é um cara sincero, verdadeiro”.

Bia e Danilina, dupla vice-campeã do Aberto da Austrália (Foto: Brandon Malone/AFP)

“Ele é muito estudioso, mas, ao mesmo tempo, consegue colocar isso na prática. É um diferencial, porque tem muitos treinadores que são bons tecnicamente e, às vezes, quando vão para a prática, acabam se embolando. Ele trabalha muito a minha consciência, quer que eu amadureça e me conheça cada vez mais. Isso tem sido o maior diferencial para acontecer tudo isso”, concluiu, em relação ao “lado profissional” de Rafael.

Após enfrentar diversas lesões ao longo dos anos, Bia Haddad se tornou a primeira brasileira a alcançar a final de Melbourne na Era Aberta, que teve início em 1968. Com o vice na Austrália, ela subiu oito posições no ranking mundial da Associação de Tênis Feminino (WTA) e ocupa, no momento, a 75º colocação.

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