Na tarde desta quinta-feira, Bia Haddad participou de um evento em São Paulo. Vice-campeã de duplas no Aberto da Austrália com Anna Danilina e terceira brasileira a alcançar uma final de Grand Slam, a tenista vê com bons olhos o atual momento do esporte feminino no país.
“Hoje merecemos o nosso espaço. Acho que Laura, Luísa, eu, Carol, Ingrid trabalhamos muito e a gente vem de um país que é carente de ídolos no tênis feminino. Não tivemos referência. Quando eu era pequena, via Saretta, Guga… eram só homens. Não é fácil, porque não temos parâmetro. Estamos em um país que não tinha torneios profissionais”, disse a atleta de 25 anos, que levou o troféu do WTA 500 ao lado da companheira do Cazaquistão.
“Além disso, tem o lado financeiro. A gente paga tudo em dólar e euro, então isso dificulta para que as meninas continuem. Muitas acabaram saindo para faculdade, porque não têm condições financeiras. O apoio é muito difícil. Sempre tive sorte de ter muito patrocinador que me apoiou e está do meu lado. Isso é algo fundamental”, acrescentou.
Além do vice em solo australiano, o tênis brasileiro alcançou uma inédita medalha de bronze nos Jogos de Tóquio, com Luísa Stefani e Laura Pigossi – a primeira também foi semifinalista de duplas do US Open. Bia não poupou elogios às companheiras e explicou como o bom desempenho influencia as demais jogadoras.
“Acho que o que elas fizeram foi muito bacana, é algo histórico, assim como a minha final. É muito especial. São meninas guerreiras, que vivem para o tênis. Uma vai puxando a outra e dando confiança, para a gente olhar para o lado e falar ‘se ela pode, eu também posso, e, se eu posso, ela também pode’. É uma bola de neve, assim como nos outros países. O nível de competição aumenta”, disse.
“A gente consegue mostrar o nível de tênis para as meninas que estão aqui, fica um pouco mais próximo para elas. E espero, sim, que o tênis feminino seja mais reconhecido, que possa aparecer mais na televisão, ser mais valorizado, ter mais torneios. Acho que merecemos tudo isso. A gente vem de um momento especial e temos, sim, que aproveitar, para fazer coisas boas”, completou.
Após enfrentar diversas lesões ao longo dos anos, Bia Haddad se tornou a primeira brasileira a alcançar a final de Melbourne na Era Aberta, que teve início em 1968. Com o vice na Austrália, ela subiu oito posições no ranking mundial da Associação de Tênis Feminino (WTA) e ocupa, no momento, a 75º colocação.
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