Novak Djokovic tem vivido uma temporada atípica e as dificuldades para reencontrar a melhor forma são notórias. Ainda assim, o número um do Mundo realizou mais um exercício de sobrevivência e apurou-se para as meias-finais do ATP 250 de Belgrado, antes de oferecer uma reflexão importante relativamente à sua carreira.
“Eu escolho jogar, ninguém me obriga isso. Fiz o suficiente para acabar a carreira hoje se quiser. Mas ainda me sinto motivado e inspirado. Adoro jogar para o público e aqui na Sérvia tenho uma oportunidade única que me enche de boa energia. Amo estar aqui, amo competir. Por estranho que possa soar, amo estar destroçado por perder encontros importantes. Sei que isto significa que ainda me interessa ganhar, que ainda quero competir contra os melhores do Mundo”, atirou.
Com 34 anos, bateu Miomir Kecmanovic, um tenista 12 anos mais novo, mas Djokovic relativiza essa questão. “Depois de jogar no circuito durante 20 anos, cada etapa tem as suas diferenças na forma como se lida com as coisas a nível mental. A minha vida mudou imenso nos últimos dez anos e o meu corpo também. Deves adaptar-te a ele, perceber as mudanças, entender o que se está a passar e descobrir a biologia das coisas. Constantemente faço estratégias, organizo e planeio com a minha equipa, o que me ajuda a dar o máximo e a ter hipótese de competir com os miúdos mais novos. A idade é só um número. Sinto-me mais jovem do que a idade que tenho”, sublinhou.
Por outro lado, Djokovic garante que sabe que vai demorar até reencontrar o seu melhor nível. “As pessoas habituam-se a ver-te a um nível durante 10 ou 15 anos. Esperam que ganhes 99 por cento dos encontros, mas claro que isso não é possível. Deves aceitar que vais perder encontros, que em alguns momentos não te vais sentir bem e que é preciso tempo para entrar no ritmo”, rematou.
Djokovic volta a sair de um buraco em Belgrado rumo às primeiras ‘meias’ em 2022