Com apenas 20 anos, Marta Kostyuk é uma das tenistas promissoras no circuito feminino, ocupando o 58.º posto da hierarquia mundial. No entanto, a ucraniana não esconde que aquilo que se passa no seu país a tem afetado constantemente, ao ponto de temer que a sua carreira vá terminar mais cedo. Em Guadalajara, confessou ainda o medo com que vai dormir a cada noite.
MEDO DE TERMINAR CARREIRA MAIS CEDO
Lembro-me da sensação tão agradável que tinha a jogar ténis antes da guerra. Agora tudo é diferente. Antes tinha nervos antes de cada encontro, mas não é nada se compararmos com o que sinto agora, com o que todos os ucranianos têm dentro de si. A única coisa que espero é que a minha carreira profissional não termine antes de tempo devido a isto porque é mesmo esgotante.
OBRIGAÇÃO DE DAR TUDO
No desporto ninguém te dá nada, muito menos a adversário do outro lado da rede. Essa pessoa não vai pensar ‘oh, pobrezinha, esta rapariga está a sofrer uma guerra no seu país, vou deixá-la ganhar’. Isso não funciona assim, isto é uma competição.
RECEIO DE UM ATAQUE NUCLEAR
A verdade é que me sinto em constante desvantagem devido a isto desde o início de cada encontro. Nos últimos dias tenho estado muito nervosa. Antes de ir dormir penso sempre se vai haver um ataque nuclear. Penso o que terá acontecido na próxima vez que acordar. Nunca sabes o que esperar. Na segunda-feira atacaram o centro de Kiev, dois dias depois de eu sair do país e de ter estado naqueles sítios.