Russo Andrey Rublev faz apelo por unidade do esporte em meio à guerra na Ucrânia

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Três semanas depois de sua emotiva mensagem contra a guerra na Ucrânia, o tenista russo Andrey Rublev manifestou nesta sexta-feira sua esperança de que o mundo do esporte possa dar um exemplo de unidade ao ficar à margem do conflito.

“Tudo o que posso dizer é que, claro, o que está acontecendo é terrível. Me sinto muito mal por todos”, disse Rublev depois de garantir sua classificação para as semifinais do Masters 1000 em Indian Wells (Califórnia).

Andrey Rublev avançou às semifinais do Indian Wells ao vencer Grigor Dimiitrov. (Foto: Matthew Stockman/Getty Images/AFP)

Rublev, assim como os demais tenistas russos e bielorrussos, não pode competir no torneio sob os símbolos nacionais de seu país em Indian Wells, onde a bandeira ucraniana tremula acima da quadra central como um gesto de solidariedade.

Essas diretrizes foram emitidas pelos órgãos dirigentes do esporte mundial no dia 1º de março, o que permitiu que os tenistas russos e bielorrussos continuassem participando “por enquanto” em eventos nos circuitos ATP (masculino) e WTA (feminino).

Essa medida foi considerada insuficiente por alguns de seus colegas, como a ucraniana Marta Kostyuk, número 54 no ranking da WTA.

Rublev e Anastasia Pavlyuchenkova estão entre os poucos tenistas russos que se manifestaram diretamente contra a ofensiva militar de Moscou.

As mensagens de alguns outros foram consideradas mais mornas, como as do tenista russo Daniil Medvedev, que se limitou a pedidos genéricos de paz.

“Fora da política”

Nesta sexta-feira, Rublev disse que o esporte pode enviar uma mensagem valiosa de unidade e deve ficar à margem de conflitos políticos.

“O esporte tem que ser um exemplo, temos que estar unidos, temos que sair da política, dar o exemplo pelo menos dentro do esporte”, disse o tenista de 24 anos. “Acho que seria uma boa mensagem para um mundo melhor”, completou.

O número 7 do ranking mundial garantiu que está sendo seletivo na hora de acompanhar as informações jornalísticas sobre o conflito, amplamente condenado pela comunidade internacional e que provocou a fuga de mais de 3,1 milhões de pessoas da Ucrânia.

O tenista também se referiu à sugestão do ministro dos Esportes britânico, Nigel Huddleston, de que os tenistas russos sejam banidos de Wimbledon se eles se recusarem a “denunciar” a invasão do presidente Vladimir Putin.

“Falando do governo britânico, como eu disse antes, acho que precisamos dar um grande exemplo de que o tênis deve ficar de fora da política”, disse.

Rublev também admitiu que não esperava uma grande resposta à sua mensagem “Não à guerra”, que ele escreveu em uma lente de uma câmera durante o torneio de Dubai em 25 de fevereiro, apenas um dia após o início da invasão.

“Eu nem pensei em quantas pessoas vão ver isso ou para onde vai ou qualquer coisa assim. Eu apenas escrevi o que senti naquele momento. Só isso”, afirmou. “Então, de alguma forma, teve mais de 22 milhões de visualizações. Acho que fui um dos primeiros atletas do mundo a dizer isso”, enfatizou.

Rubrev, o segundo cabeça de chave na corrida em Indian Wells, depois do favorito Rafael Nadal, enfrentará o californiano Taylor Fritz nas semifinais neste sábado.

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